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Marcos 6.14-29
Cristão Luterano :: Liturgias e Prédicas - COMENTÁRIOS BÍBLICOS :: Prédicas - alocuções - homilias para o Ano litúrgico
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Marcos 6.14-29
Marcos 6.14-29
Geraldo Graf
Irmãos e irmãs em Cristo!
Ao
lermos o texto bíblico que relata a morte de João Batista, vem-nos à
mente o programa de humor de Chico Anísio. Em um dos quadros, ele se
vestia de Salomé e pedia a cabeça de João Batista. Naturalmente,
acontecia uma inversão de valores: Salomé era pessoa crítica e correta,
enquanto que João Batista (Figueiredo) era corrupto. Na história
bíblica, João Batista, precursor de Jesus Cristo, é aquele que anuncia a
palavra de Deus enquanto que Salomé (cujo nome não aparece na Bíblia) é
filha de Herodias e enteada de Herodes Antipas, descritos como pessoas
malignas representando tudo o que existe de pecaminoso e reprovável.
No
domingo passado, refletimos sobre a vocação do profeta Ezequiel e sobre
as consequências do testemunho da soberana e imutável palavra de Deus
para um contexto idólatra e corrupto. Hoje, o evangelista Marcos nos
relata a morte de João Batista, que ele situa entre o envio missionário
dos doze discípulos de Jesus (v.7-13) e o seu retorno (v.30).
Certamente, Marcos fez isso propositalmente para mostrar aos cristãos de
sua época as possíveis implicações do discipulado. Queria evitar que a
comunidade concebesse a idéia errada de que ser seguidor de Jesus
resulta necessariamente em uma vida de sucessos, em uma igreja sempre
lotada, em um público que a tudo aplaude. Marcos procurou explicar a uma
comunidade perseguida o porquê do seu sofrimento.
Em
nossa memória sempre sobressai a figura de João Batista como aquele que
prepara o caminho do Senhor Jesus, pregando e batizando às margens do
Rio Jordão, chamando pessoas ao arrependimento. Não evidenciamos tanto a
sua denúncia da corrupção e da imoralidade de quem deveria dar o
exemplo, no caso, os governantes. Imaginemos João Batista em nosso meio:
O que ele diria em relação à corrupção, ao desvio de dinheiro,
praticados por muitas pessoas públicas? O que ele diria aos "cidadãos
comuns" (sem nos excluirmos) tão habituados ao "jeitinho brasileiro",
com o qual justificam as pequenas transgressões cometidas diariamente?
Fiel à palavra de Deus, João Batista não se calou diante da corrupção e
pagou com a vida a sua coragem de anunciar a vontade do Senhor.
Nós podemos aprender algumas coisas importantes:
Ninguém se sinta superior ou imune à palavra de Deus. Nem o governante
- aquele que, segundo Lutero, tem a função de guiar o povo e,
consequentemente, ser modelo e exemplo. Ele é pastor que recebeu a
tarefa de tomar conta do rebanho. O mercenário confunde e coloca o
rebanho em perigo - nem o cidadão comum - que pode achar que seus
pequenos delitos passam imperceptíveis e não causam problema. Não
esqueçamos que cada um de nós é chamado por Deus para ser um "pastor" do
seu próximo no matrimônio, na família, no trabalho, no lazer... Ao
sermos confrontados com a soberana e imutável palavra de Deus, nós
podemos nos sentir incomodados e reagir como Herodes e familiares
reagiram; ou podemos reagir como as pessoas que procuraram João Batista
às margens do Rio Jordão; que tomaram consciência da sua situação diante
de Deus e se arrependeram assumindo um novo estilo de vida.
Na
condição de comunidade de Jesus Cristo, como nós nos comportamos diante
das "maracutaias", corrupção, desvio de recursos públicos, falsas
promessas em campanha política, descaso com a saúde, educação e
assistência social, etc.? Temos a ousadia de João Batista e denunciar o
pecado? Ou nos calamos por medo, por comodismo ou por conveniência?
João
Batista não recuou. Ele tinha a consciência de que a vontade de Deus
precisava ser anunciada e vivenciada. Sua coragem lhe custou a vida.
Esta também foi a causa que provocou a cruz de Jesus Cristo: Anunciou o
amor de Deus à humanidade. Mas nem todos estavam dispostos a mudar a
vida e orientar-se pelo exemplo de Cristo.
O
evangelista Marcos anunciou isto aos destinatários do Evangelho numa
época em que as primeiras comunidades cristãs precisavam tomar posição e
dar testemunho frente ao Império Romano, que as hostilizava.
Esta
tarefa não está concluída. Não vivemos em uma sociedade justa e
fraterna, cujas mazelas estão todas resolvidas. Vivemos em uma sociedade
que continua a cometer os mesmos erros apontados por João Batista. As
pequenas e as grandes transgressões são evidentes. O clamor das vítimas
se eleva aos céus. Quanto maior a desobediência aos mandamentos, tanto
maior precisa ser a voz profética da Igreja. Façamos como aquela
comunidade da IECLB, que preferiu ficar sem os "benefícios" da
prefeitura, a fechar apoio ao candidato corrupto.
Que
a mensagem do evangelista Marcos nos faça rever nossos conceitos e
comportamentos; que nos conduza ao sincero arrependimento e à decidida
mudança de vida; que nos encoraje a testemunhar o amor de Deus, revelado
através de Jesus Cristo, em meio às pequenas e grandes transgressões
que acontecem ao nosso redor.
Que Deus nos conceda seu Santo Espírito para que nos animemos a seguir os "passos de Jesus" e apontar para a sua vontade.
Pastor Geraldo Graf
Belo Horizonte – MG, Brasil
E-Mail: [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]
Geraldo Graf
Irmãos e irmãs em Cristo!
Ao
lermos o texto bíblico que relata a morte de João Batista, vem-nos à
mente o programa de humor de Chico Anísio. Em um dos quadros, ele se
vestia de Salomé e pedia a cabeça de João Batista. Naturalmente,
acontecia uma inversão de valores: Salomé era pessoa crítica e correta,
enquanto que João Batista (Figueiredo) era corrupto. Na história
bíblica, João Batista, precursor de Jesus Cristo, é aquele que anuncia a
palavra de Deus enquanto que Salomé (cujo nome não aparece na Bíblia) é
filha de Herodias e enteada de Herodes Antipas, descritos como pessoas
malignas representando tudo o que existe de pecaminoso e reprovável.
No
domingo passado, refletimos sobre a vocação do profeta Ezequiel e sobre
as consequências do testemunho da soberana e imutável palavra de Deus
para um contexto idólatra e corrupto. Hoje, o evangelista Marcos nos
relata a morte de João Batista, que ele situa entre o envio missionário
dos doze discípulos de Jesus (v.7-13) e o seu retorno (v.30).
Certamente, Marcos fez isso propositalmente para mostrar aos cristãos de
sua época as possíveis implicações do discipulado. Queria evitar que a
comunidade concebesse a idéia errada de que ser seguidor de Jesus
resulta necessariamente em uma vida de sucessos, em uma igreja sempre
lotada, em um público que a tudo aplaude. Marcos procurou explicar a uma
comunidade perseguida o porquê do seu sofrimento.
Em
nossa memória sempre sobressai a figura de João Batista como aquele que
prepara o caminho do Senhor Jesus, pregando e batizando às margens do
Rio Jordão, chamando pessoas ao arrependimento. Não evidenciamos tanto a
sua denúncia da corrupção e da imoralidade de quem deveria dar o
exemplo, no caso, os governantes. Imaginemos João Batista em nosso meio:
O que ele diria em relação à corrupção, ao desvio de dinheiro,
praticados por muitas pessoas públicas? O que ele diria aos "cidadãos
comuns" (sem nos excluirmos) tão habituados ao "jeitinho brasileiro",
com o qual justificam as pequenas transgressões cometidas diariamente?
Fiel à palavra de Deus, João Batista não se calou diante da corrupção e
pagou com a vida a sua coragem de anunciar a vontade do Senhor.
Nós podemos aprender algumas coisas importantes:
Ninguém se sinta superior ou imune à palavra de Deus. Nem o governante
- aquele que, segundo Lutero, tem a função de guiar o povo e,
consequentemente, ser modelo e exemplo. Ele é pastor que recebeu a
tarefa de tomar conta do rebanho. O mercenário confunde e coloca o
rebanho em perigo - nem o cidadão comum - que pode achar que seus
pequenos delitos passam imperceptíveis e não causam problema. Não
esqueçamos que cada um de nós é chamado por Deus para ser um "pastor" do
seu próximo no matrimônio, na família, no trabalho, no lazer... Ao
sermos confrontados com a soberana e imutável palavra de Deus, nós
podemos nos sentir incomodados e reagir como Herodes e familiares
reagiram; ou podemos reagir como as pessoas que procuraram João Batista
às margens do Rio Jordão; que tomaram consciência da sua situação diante
de Deus e se arrependeram assumindo um novo estilo de vida.
Na
condição de comunidade de Jesus Cristo, como nós nos comportamos diante
das "maracutaias", corrupção, desvio de recursos públicos, falsas
promessas em campanha política, descaso com a saúde, educação e
assistência social, etc.? Temos a ousadia de João Batista e denunciar o
pecado? Ou nos calamos por medo, por comodismo ou por conveniência?
João
Batista não recuou. Ele tinha a consciência de que a vontade de Deus
precisava ser anunciada e vivenciada. Sua coragem lhe custou a vida.
Esta também foi a causa que provocou a cruz de Jesus Cristo: Anunciou o
amor de Deus à humanidade. Mas nem todos estavam dispostos a mudar a
vida e orientar-se pelo exemplo de Cristo.
O
evangelista Marcos anunciou isto aos destinatários do Evangelho numa
época em que as primeiras comunidades cristãs precisavam tomar posição e
dar testemunho frente ao Império Romano, que as hostilizava.
Esta
tarefa não está concluída. Não vivemos em uma sociedade justa e
fraterna, cujas mazelas estão todas resolvidas. Vivemos em uma sociedade
que continua a cometer os mesmos erros apontados por João Batista. As
pequenas e as grandes transgressões são evidentes. O clamor das vítimas
se eleva aos céus. Quanto maior a desobediência aos mandamentos, tanto
maior precisa ser a voz profética da Igreja. Façamos como aquela
comunidade da IECLB, que preferiu ficar sem os "benefícios" da
prefeitura, a fechar apoio ao candidato corrupto.
Que
a mensagem do evangelista Marcos nos faça rever nossos conceitos e
comportamentos; que nos conduza ao sincero arrependimento e à decidida
mudança de vida; que nos encoraje a testemunhar o amor de Deus, revelado
através de Jesus Cristo, em meio às pequenas e grandes transgressões
que acontecem ao nosso redor.
Que Deus nos conceda seu Santo Espírito para que nos animemos a seguir os "passos de Jesus" e apontar para a sua vontade.
Amém
Pastor Geraldo Graf
Belo Horizonte – MG, Brasil
E-Mail: [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]
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